sexta-feira, 26 de abril de 2013

I♥Books: Entrevista com a autora Carina Rissi

     Amores, sou mega fã da Carina! Tipo, muito mesmo! Aí, eu pedi para entrevista-la e quase enfartei quando ela disse sim.

     Quando recebi o e-mail dela juro que meu coração inchou. Ela é muito fofa!

     Enfim, abaixo está a entrevista e espero que vocês gostem!


    Primeiro, eu quero agradecer a você por conceder essa entrevista! Sou muito sua fã, mesmo. Você é uma inspiração e foi muito bom encontrar uma autora nacional que escreve livros tão incríveis! Quantas vezes ri com as trapalhadas da Sofia e da Alicia!
     Obrigada por ser uma pessoa tão atenciosa, legal, simpática e por valorizar a nós, seus fãs!

Eu que agradeço o convite e o carinho, Nohane!
           
Vamos as perguntas? Puxa uma cadeira, alonga seus dedinhos e pega um chazinho que são muitas!

1       Quando você começou a escrever?

Comecei a escrever em maio de 2010, totalmente por acaso. Estava assistindo a uma entrevista da autora Stephenie Meyer, e ela contava como tinha sido o começo, que ela acreditava que todo mundo vivia no mundo de faz de contas e quando descobriu que não era assim decidiu escrever. Bom, eu me identifiquei na hora porque sempre vivi mais nos meus mundos imaginários que no real, então peguei meu celular, abri o app de texto e comecei a escrever só pra ver no que ia dar.

2    Antes de Perdida você já tinha o sonho de ser autora?

De jeito nenhum. Eu achava que para ser escritor você tinha que ter alguma coisa especial, sabe? Tipo nascer com uma estrela dourada na testa rsrs.

3    De onde veio a ideia de Perdida?

Eu estava em casa, era hora do jantar, teve um apagão e eu simplesmente não sabia como aquecer a comida sem o micro-ondas. Fiquei furiosa por não conseguir me virar sem ele. As pessoas sempre comeram bem antes da invenção do micro-ondas, né? Foi aí que nasceu a Sofia. Fiquei pensando nessa menina do século 21 presa em uma época sem recursos e como isso se desenrolaria. Eu só não previ que ela se apaixonaria.  Trabalhar com a Sofia é sempre assim, eu planejo um roteiro, ela vem e bagunça tudo rsrs.

4  Quando você pegou o Perdida nas mãos pela primeira vez, qual foi a sensação? E quando a primeira edição foi esgotada?

Pegar o livro pronto pela primeira vez foi como tocar um sonho, sabe? Eu não sabia se ria, se chorava, se saia na rua mostrando para as pessoas. Foi absurdamente maravilhoso e um tanto assustador.
Não houve uma primeira edição. A editora pelo qual publiquei não mantinha estoques. A impressão era feita sob demanda, conforme havia pedidos de compra.

5   Como foi a reação das pessoas que te conhecem ao saber que você publicaria um livro? Você teve medo/insegurança de publicar o Perdida?

Ah, eu fiquei apavorada. Muito antes até de ser publicada. Quando enviei o original para a BN (Biblioteca Nacional, toda obra deve ser registrada antes de ser enviada para editoras) eu nem dormi! Era uma coisa séria e definitiva demais e eu não acho que estava pronta. Foi tudo no susto, eu mal tive tempo para pensar no que estava fazendo.
As reações foram muito variadas. Meu marido ficou surpreso, claro, mas mega animado com Perdida e foi por causa dele e de seu entusiasmo que resolvi tentar a sorte e publicá-lo. Minha filhota adorou a ideia de ter uma mãe escritora (ela é fissurada por livros, igualzinha a mãe). Meus pais ficaram orgulhosos e sabe como é, só faltou erguerem a plaquinha do “eu já sabia”, coisa de pai e mãe coruja mesmo.
Quando contei a um amigo de infância, ele me olhou bem nos olhos e disse “eu jamais esperei uma coisa dessas de você” e sacudiu a cabeça.
                                             
      Alguém chegou a falar que você não conseguiria publicar o Perdida ou que não conseguiria vender a tiragem?

Ah, sim. Muita gente. Sobre as vendas, pessoas ligadas diretamente ao universo editorial. Tentaram me convencer de que era complicado vender livros no Brasil (e é), mas eu não sou muito de ouvir, sabe? Nem quando disseram que eu jamais entraria numa grande editora (e hoje sou autora da Verus, selo do grupo Record, a maior do país) nem que não venderia. Quando entro em algo, seja o que for, quero fazer dar certo, custe o que custar. Foi o que eu fiz e acabei surpreendendo todo mundo, inclusive a mim mesma.

   Tem alguma coisa da Sofia que você tem e não gosta? E tem alguma coisa que ela tem e você gostaria de ter?

O cabelo! Meu cabelo é tão indomado quanto o dela. E isso foi proposital, sabe? Eu tenho aquele tipo de cabelo nem. Nem cacheado, nem liso, que precisa de cuidados para se parecer com um cabelo e não com uma vassoura. Achei que já que eu colocaria minha heroína em um ambiente sem recursos, devia dar a ela meu tipo de cabelo, pois o liso se comporta bem e cachos são cachos, mas o cabelo nem é uma praga, ainda mais sem um bom xampu que hidrate os fios, e o xampu do século 19 está longe disso.
Eu gostaria de ter a coragem da Sofia.

     Como surgiu a ideia do Procura-se um Marido?

Bom, sabe aquele dia em que tudo dá errado? Eu tinha evento em Ribeirão Preto, minha empregada estava com o filho doente, minha filha tinha provas e eu teria que buscá-la mais cedo no colégio. Minha cozinha parecia uma zona de guerra, então lá estava eu, tentando dar uma arrumada, equilibrando bobes na cabeça, tentando não borrar as unhas que eu tinha acabado de fazer. Me peguei pensando que, se um dia eu ficasse muito rica, nunca mais pisaria na cozinha. Aí pensei melhor e decidi que pior que todo aquele caos (ao qual eu já estou bastante acostumada), seria alguém que sempre teve tudo ficar sem nada e ter que se virar como faz a maior parte da população. Foi assim que a Alicia nasceu e eu me apaixonei por ela logo de cara. Fiquei tão obcecada por ela que cinco meses depois eu já tinha escrito o livro todo.


9      Para publicá-lo você o enviou para as editoras ou a Verus te procurou por causa do sucesso de Perdida?

Eu procurei algumas editoras, só 3 dessa vez e obtive respostas positivas, mas eu queria a Verus, queria tanto que doía! Não sei bem explicar o motivo. Talvez seja pelo cuidado e capricho que eu via nas obras de autores do catálogo deles. Então quando começaram a avaliar e as respostas foram favoráveis eu ignorei todo o resto e, bem, comecei a rezar pra dar certo. Fechar o Procura-se com eles foi um dos momentos mais especiais da minha carreira. Tipo apontar para uma estrela, esticar o braço e pegá-la. Foi surreal!

       Como foi saber que foram vendidas 5.000 cópias do Procura-se um Marido em 40 dias?

Um susto enorme! Quando fui informada que a primeira edição seria de 5 mil cópias eu pensei “Ih, agora lascou”. Estava apavorada com a ideia de não conseguir vender a edição em 7 anos (duração do meu contrato), então pode imaginar o susto que tomei ao saber que tinha vendido 5 mil livros em 40 dias. A segunda edição saiu mês passado e fui informada que já esgotou também, a terceira já foi solicitada na gráfica. Eu só tenho a agradecer a esses oito mil leitores por acreditarem em mim.

1     Você já tinha ideia de que seu trabalho estava tendo um destaque tão grande assim?

Nem nos meus sonhos mais loucos, e olha que eu vivo no mundo da lua.

     Tem alguma coisa da Alicia que você tem e não gosta? E tem alguma coisa que ela tem e você gostaria de ter?

O medo de inseto, embora a Alicia tenha pavor de borboletas e eu de baratas, mas nossas reações são idênticas.
Ah, tem muitas coisas na Alicia que admiro, mas a principal delas é a capacidade de dizer o que está pensando, doa a quem doer. Eu sou daquelas que num confronto fica travada, depois tenho mil conversas imaginárias onde digo o que eu gostaria de ter dito.

       Onde você costuma escrever? Tem algum cantinho especial?

Eu meio que montei um escritoriozinho no quarto de brinquedos da minha filha (um olho nela, outro no texto). Mas escrevo em outro lugares também, vai da inspiração. Não sou daquelas pessoas metódicas que tudo precisa estar de maneira em tal posição.

      Falando nisso, conta um pouquinho sobre seus próximos projetos! Perdida 2, No mundo da Luna, “Nosso” Irlandês... Estamos ansiosos! Hahaha

No Mundo da Luna segue essa semana para a editora. Esse livro vai contar a história de uma jornalista recém-formada que sempre sonhou em trabalhar numa renomada revista, e ela conseguiu... Bom, mais ou menos... Ela chegou só até a recepção. Então quando a coluna de horóscopo semanal cai no colo dela, ela nem pensa. Aceita, ainda que não tenha a menor de ideia de como criar um horóscopo. E a partir daí a vida da Luna que já estava uma bagunça se complica de vez.
Em seguida virá o Perdida 2 e não posso contar muito sobre ele porque eu ainda não sei como a história vai se desenrolar (como eu disse antes, trabalhar com a Sofia é complicado). O que posso adiantar é que Perdida 2 começa exatamente onde termina o Perdida, com preparatórios para o casamento. Haverá novos personagens como a tia Cassandra, único parente vivo de Ian e Elisa que mora no Brasil, e os velhos amigos foram mantidos. Vou trabalhar com o grande medo de Sofia.
Também estou namorando a ideia de uma sequência de Procura-se um Marido (tá difícil me desligar da Alicia, viu?) antes de escrever o spin-off do Marcus, irmão do Max, de Procura-se.
O “meu (ou nosso) irlandês” (não sei ao certo como irei chamar esse livro) está quase pronto. Trabalhei com duas tramas paralelas nesse livro, que acabam se entrelaçando em algum momento, e dois períodos diferentes. A história é narrada pela brasileira Briana na maior parte do tempo, uma garota cheia de problemas que tem sonhos muito esquisitos e igualmente reais desde a infância com um cara (lindo!) que não existe. Ou ao menos era o que ela pensava.

      Tem alguma data de evento ou lançamento próximo?

Haverá relançamento de Perdida em São Paulo. Provavelmente na Fnac da Av. Paulista, no dia 06/07 e estarei na Bienal do Rio de Janeiro, provavelmente no primeiro fim de semana da feira.

      Você tem alguma mania no dia-a-dia ou quando está escrevendo? Qual ou Quais?

Acho que a única mania e deixar o som ligado bem baixinho. Uso música para me ajudar a dar o tom certo as cenas.

     Se você não fosse autora, o que você seria?

Ai, não sei, acho que continuaria sendo só dona de casa. Não consigo me imaginar largando minha filha com uma babá. Ela sempre vem em primeiro lugar.

      Você tem algum conselho para dar aos novos autores nacionais?

Bom, é um conselho meio bobo, mas a minha primeira dica é BNC (bunda na cadeira). Muita gente sonha em escrever um livro, mas ele só fica pronto se houver dedicação e criar um livro toma muito tempo. Depois, aconselho a acreditar e apostar em você, já que ninguém mais o fará se você não apostar primeiro. E por fim, um bom tanto de teimosia por que não é fácil ser publicado, mas também não é impossível. Basta correr atrás e não aceitar “não” como resposta.

      Você é contra ou não simpatiza com algum tipo de literatura?

Eu não sou contra, mas não curto muito autoajuda. Não funciona comigo. E evito ler terror (sou bastante covarde, depois passo a noite em claro esperando os zumbis, uruk-ais, e outros seres malignos virem comer meu cérebro).

     Quais suas autoras/autores nacionais favoritos? E os internacionais? E quais os livros deles que você mais gosta?

Eu não gosto de classificar autores por nacionalidade. Acredito que cultura não tem fronteiras. Sou apaixonada por todas as obras de Jane Austen, amo Fazendo Meu Filme da Paula Pimenta, é impossível escolher apenas uma dentre as obras das divas Marian Keyes e Sophie Kinsella, sou doida por Blecaute de Marcelo Rubens Paiva. Amei tudo que li de Judith McNaught, e Richelle Mead me ganhou com a série Academia de Vampiros e Um Certo Russo.

      De que bicho você gosta e de qual tem medo?

Gosto de cachorros.
Lagartixa, barata, jacaré, tubarão, pra mim são da mesma categoria. rs

      Você costuma ouvir música enquanto escreve? Quais são seus artistas favoritos?

Sim, ouço muita música. Sou bastante eclética, gosto de um pouco de tudo, de Adele a Elvis Presley.
  
      Qual sua parte favorita do corpo? Tem alguma que você gostaria de mudar?

Eu gosto dos meus olhos, são amarelos, meio esquisitos, mas gosto deles. Gostaria de mudar muitas coisas em mim, por exemplo, acho que eu merecia ter nascido com um cabelo que se comportasse bem nas horas em que eu mais preciso.

      Você acredita em sorte? Tem algum amuleto ou número da sorte?

Eu acredito que a sorte é a gente quem faz. Não tenho amuletos nem números de sorte, não.

      Fala para mim, tem alguma coisa que você é louca para fazer, mas não tem coragem?

Sim, eu quero conhecer o mundo, meu problema é: como, se não consigo chegar perto de um avião sem passar mal (e passo mal mesmo, tipo minha pressão cai, começo a suar frio e tudo mais)? Estou trabalhando esse medo e espero em breve vencê-lo.

Vamos fazer um bate-e-volta, ok?

·         Doce ou salgado: doce!
·         Cabelo liso ou cacheado: nem um nem outro.
·         Item de maquiagem que não dar para viver sem: rímel.
·         Uma cor: azul.
·         Um lugar: minha casa.
·         Um hobby: ler.
·         Um defeito: teimosia.
·         Uma qualidade: teimosia!
·         Um desejo: ser feliz sempre.
·         Um sonho: conseguir entrar num avião.
·         Uma estação do ano: verão.
·         Uma música que marcou sua vida: Por você, Frejat.
·         Prato favorito: qualquer um que tenha chocolate dentro.
·         O acontecimento que marcou sua vida: o nascimento da minha filha.
·         Um ídolo: Jane Austen.
·         Uma cidade que você adoraria conhecer: Dublin, Irlanda.
·         Um defeito que você não suporta: falsidade.
·         Uma qualidade que você considera indispensável: lealdade.
·         Uma coisa que você não vive sem: livros.
·         Tendência que você não usaria: a maioria delas.
·         Tendência favorita: prefiro o básico, sempre.
·         Um acessório: sapatos.
·         Um filme: depende do dia. Hoje é “De volta para o futuro”.
·         Uma frase: “Não fui eu, já estava assim quando eu cheguei”, Homer Simpson. Uso muito rs.
·         Um livro: Orgulho e Preconceito.
·         Uma invenção da humanidade que você acha incrível: eletricidade e tudo que veio com ela.
·         Uma invenção da humanidade que você detesta: armas de fogo.
·         Se você pudesse ser outra pessoa por um dia, quem você seria?
Em qualquer época? Eu seria Jane Austen por um dia! Só cinco minutos já servia.
·         Se você acordasse homem um dia, qual a primeira coisa que você faria?
Acho que eu passaria uma boa parte do dia tentando entender o funcionamento da cabeça masculina.
·         Se você pudesse escolher ter um superpoder, qual seria?
Voar.
·         Se você encontrasse face a face com Deus, o que você diria/perguntaria?
Ei, valeu, adorei a experiência! Posso ir de novo?

Para finalizar, deixe um recadinho para seus fãs (me inclua dentro dessa!).
A vida é uma coisinha muito esquisita e maravilhosa que acaba te levando para caminhos nunca imaginados. Por isso não desista dos seus sonhos. Não permita que ninguém julgue se ele é ou não impossível. O sonho é seu, e você é a única pessoa que pode fazer com se torne realidade. Basta acreditar em si mesma ;)

2 comentários:

  1. Olá Nohane,
    Adoreiii a entrevista coma Carina Rissi. Eu tb sou super-fã dela. Já li os dois livros que ela publicou e estou ansiosa para ler todos os outros (rsss). Vc foi muito bem na entrevista e perguntou coisas que com certeza, queremos saber sobre essa grande escritora. Espera que ela seja muuuuuuuito reconhecida pelo mundo todo, pois ela merece. Abs, Iris

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    1. Oi Iris!!!!
      Também sou muita fã da Carina e quase morri de nervosismo para fazer essa entrevista! Amo as obras dela e também torço muito que ela seja mundialmente reconhecida.
      Que bom que você gostou, eu amei entrevista-la :)
      Beijinhos

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